sábado, 14 de maio de 2011

Mais uma do Metrô

Nessa quinta-feira, a população do Rio sofreu mais uma desagradável surpresa no Metrô. Um arrastão realizado por quatro jovens levou pânico aos trilhos do metrô e reacendeu uma pergunta: para que serve o serviço de segurança do Metrô?

Os últimos acontecimentos apontam que a concessionária responsável está mais preocupada em fiscalizar o pagamento das passagens, do que garantir a segurança de seus passageiros. Há duas semanas, seguranças do metrô agrediram um cidadão alegando que o mesmo não havia pagado a tarifa. A população não pôde confirmar a versão oficial, uma vez que as câmeras de segurança da estação estavam convenientemente desativadas. Por sorte, um repórter da rede Globo que estava no local registrou imagens de como o cidadão é maltratado no metrô mais caro do Brasil e o funcionário foi afastado (nenhuma multa foi aplicada).

Essa situação, infelizmente, está longe de ser a exceção e, na verdade, reflete bem a maneira como o Governo do Estado conduz suas políticas de transporte público: cidadão desrespeitado e benefícios para os empresários do setor. Esses episódios, que passam pelos absurdos casos das chicotadas na Supervia e pelo trem fantasma, por exemplo, contam com a ineficiência e com o descaso da Agência Reguladora, reconhecido reduto de apadrinhados políticos.

Assim, a sociedade fluminense segue o seu caminho. O Metrô Rio, até onde se sabe, é defendido pelo escritório da Primeira Dama e se nega a prestar assistência aos passageiros quando eles mais precisam. Para piorar, quem se atreve a fiscalizar por conta própria, aparentemente, é coagido a se calar. Como a maioria dos políticos participa com alguma migalha do governo, o silêncio predomina.

Dito isso, fica o registro de quem não come migalhas e pode dizer de consciência tranqüila: enquanto as relações entre as concessionárias de transporte e o governo continuarem nubladas, beneficiando interesses privados e negligenciando o público, o cidadão continuará com sua vida de gado.