domingo, 28 de fevereiro de 2010

Enfim o funk do Cabral.



Falei que logo apareceria na rede o funk do Cabral. Seria muita injustiça com o Joel Santana não fazer um funk com o papelão carnavalesco do nosso governador. O King Kong que ele pagou nem se compara ao que passou o grande Joel, que me pareceu muito injustiçado naquele episódio da Africa do Sul.

Joel queria falar a língua de sua seleção, queria ter um contato direto com seus comandados. Intermediários é coisa de quem se encastela. Joel procurava integração com uma nação inteira e falar a língua local, mesmo que de forma não muito eloqüente, mostra a intenção de se integrar, de realmente vestir a camisa. Por isso foi ridicularizado de todas as formas.

Já o nosso governador parece ter sido vítima dos seus próprios excessos, algo que, além de ter constrangido a ministra, mostrou uma face soberba, de quem acha que é mais preparado do que realmente é, ou pior, de um grande ignorante que se acha mais realista que o rei.

Parece que a Madona subiu-lhe à cabeça e Jesus nada pôde fazer...

O funk é pouco para tanto papelão. Sei que já disse isso, mas falar em (parco) inglês em plena Sapucaí, no meio do carnaval, respondendo uma pergunta em português - quem nem lhe foi dirigida – mostra que nosso governador anda meio confuso. Não sabe se está na Sapucaí, em Londres, Paris ou Nova York.

A alegoria da Cabralia transloucada - que atravessa o oceano mais vezes que as escolas de samba do grupo de acesso e especial, juntas , atravessam a avenida - não sabe em que idioma falar... mas no meio disso tudo espero que nosso governador tenha levado um intérprete quando pediu aquele desconto ao Tony Blair, nosso assessor olímpico (que nunca realizou nenhuma olimpíada!), pois se não levou, capaz da nota ficar mais cara.

Só lamento que mais uma vez tenham usado a imagem do Joel Santana para o vídeo. Coisa de garoto (ou de garotinho, é claro!).

Penso que comparar a situação do nosso vtorioso treinador (não a fluência com o idioma, que me parece do mesmo nível) com o caso do Governador é um demérito maior e mais grave do que qualquer galhofa que queiram fazer.

Fica a dica!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Por que uma CPI sobre Recursos Humanos na Saúde?

Contrariando o entendimento de vários estudiosos da área de saúde e do mundo jurídico, os governantes brasileiros continuam insistindo em terceirizar atividades fim desta área. O município do Rio de Janeiro, desde a administração Cesar Maia/Ronaldo Gazolla, vem substituindo os profissionais de saúde concursados e estatutários por outros com diferentes vínculos. O reflexo dessa política esta aí.

Primeiro foi a contratação de médicos, enfermeiros e auxiliares para cobrir as carências das unidades básicas da Zona Oeste, através de cooperativas. Todos tem péssimas lembranças da finada COOPERARSAÚDE. Logo veio o insucesso.

Construíram um novo hospital de emergência (Lourenço Jorge) que teria toda a sua mão de obra baseada em funcionários cooperativados. Outro fracasso administrativo.

Resolveram mudar o "patrão" e surgiu um consórcio formado por universidades particulares da zona oeste chamado CIEZO. Esta nova "maravilha" serviria para contratar recursos humanos (agentes comunitários de saúde e depois médicos e auxiliares). Independente da irregularidade jurídica, O CIEZO mostrou-se uma péssima administração marcada por atrasos salariais, alta rotatividade de profissionais e um pífio serviço ao cidadão.

Mudou o prefeito e as esperanças por uma nova política de recursos humanos foram rapidamente desfeitas quando a nova administração substitui - sem licitação - as cooperativas por uma fundação (Rômulo Arantes). Nosso mandato, exercendo a função de fiscal do executivo, denunciou várias irregularidades existentes na "fundação". Inicialmente tentamos alertar o secretário municipal de saúde e posteriormente o prefeito. Sem respostas imediatas, levamos o caso à imprensa. Finalmente, o governo se rendeu à realidade e cancelou o contrato que havia assinado com a Rômulo Arantes.

Até aí já temos várias irregularidades que precisariam de uma prestação de contas. Profissionais de saúde sem receber salários de cooperativas e da fundação; hospitais e unidades básicas sem profissionais; serviços não prestados; dinheiro público distribuído a instituições que não cumpriram suas obrigações.

Para tentar intervir neste caos instalado, a SMS resolveu utilizar uma nova fundação, a FIOTEC, que passa a tentar (sem sucesso até o momento) cobrir as carências de recursos humanos em toda a rede (vide situação da Maternidade Pça XV).

Paralelamente a tudo isto, o governo municipal resolveu abrir um novo caminho para contratar profissionais. Aprovou um PL na Câmara Municipal para utilizar como gerente de recursos humanos as chamadas organizações sociais(OSs). Votei contra.

Cumprindo a função fiscalizadora, detectamos várias irregularidades na primeira organização, a SPDM. Dívidas de ordem fiscal e trabalhista, além do envolvimento em vários escândalos em São Paulo. Também passamos a ver com muita preocupação o fato de uma outra OS que foi habilitada e selecionada para administrar a AP 1.0 ter no seu quadro administrativo as mesmas pessoas que não cumpriram compromissos quando comandavam cooperativas que atuaram no setor.

Diante do quadro atual - falta de profissionais nas unidades básicas e nos hospitais; salários atrasados em vários pontos da rede; e administração de unidades sob o comando de instituições colocadas sob suspeição - achamos necessário convocar as autoridades responsáveis pelo sistema de saúde municipal para explicar o que está acontecendo na rede e como cobrar a responsabilidades pelos erros já cometidos.

Para isto, entendemos que se faz necessária a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sou solidário à D. Dilma. Mas não é por isso que vou votar nela.

Fico feliz quando meus leitores me ajudam nas pautas desse espaço. E o comentário da leitora Taina no meu último post, praticamente me obrigou a traçar algumas linhas sobre as declarações do nosso governador sobre a Madonna (vídeo abaixo), ontem, em plena Sapucaí, ao lado da pré(?!)-candidata do PT, D. Dilma.

Confesso que ia deixar passar isso despercebido, mas Taina tem razão e o acontecimento merece um comentário todo especial.





O amigo leitor deve ter percebido que o nosso governador respondeu uma pergunta (feita em português, em pleno Rio de Janeiro, a emissoras nacionais) em inglês. E pior, parece que o professor que ensinou o idioma bretão ao nosso governador foi o mesmo do nosso Joel Santana. Fiquei constrangido!

Mas o que me impressionou não foi a "fluência" do governador e sim a falta de necessidade dele falar em outro idioma. E no meio de tanta vergonha alheia (aquela que sentimos quando presenciamos alguém pagando um mico fenomenal), percebi o ardil que mora no seio do político “macaco velho”. Digo “macaco velho” – expressão antiga – e explico: não põe a mão em cambuca à toa.

Fica claro que a exposição ao ridículo vai render um CQC ou um Pânico na TV. Cabral Top Five!

Em mais, Cabral conseguiu o que os mais bem remunerados marqueteiros não foram capazes de fazer: humanizou D. Dilma.

Vários tentaram e sucumbiram ante a falta de carisma da nossa ministra, que tem ares de tirana, tal qual D. Dayse - minha professora de matemática no Colégio Brasileiro - que entre uma equação de segundo grau e o teorema de Pitágoras, só com o olhar causava arrepios capazes de congelar - mesmo no calor de São Cristóvão - as espinhas dorsais dos alunos que esqueciam de fazer a lição de casa. Um horror!

Não que essa humanização vá me fazer votar nela, mas realmente foi um golpe de mestre. Ao assistir a cara de vergonha que D. Dilma fez quando Cabral disparou o primeiro “Madonna?!, Madonna is...” , inconscientemente fui-lhe solidário. Comunguei com ela o constrangimento. Vi brotar em sua testa uma sincera vontade de sumir!

Minha identificação com a ministra foi imediata. Também diagnostiquei em mim a síndrome do avestruz e, de tanta vergonha (alheia, é claro!), queria enfiar minha cara no primeiro buraco que aparecesse. Não acreditava no que estava vendo e ouvindo. Pior, lia-se no sorriso amarelo da D. Dilma: alguém, por caridade, pode me tirar daqui?

Talvez D. Dilma ainda não saiba, mas vai entrar para os anais da TV cômica brasileira e não duvido que essa fatura chegue a ela caso seja eleita.

Dizem que, como no caso do Joel, já estão preparando o funk do Cabral.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Cabral, just like a prayer.

Acostumado a protagonizar os flashs tupiniquis, Cabral, ontem, teve seu dia de papagaio de pirata. Mas isso não importa. O que importa é sair bem na foto.

O governador se mostra um devotado seguidor do ditado “uma imagem fala mais que mil palavras”. Algo que parece bem conveniente para quem não tem muitos argumentos para falar dos números da saúde; educação e segurança (onde, aliás, continua mal explicada a questão dos índices de homicídios...).

A partir desse dogma, ele se mostra incansável: se a foto vai ser boa, ele tá lá. E ontem não foi diferente. Cabral - Strike a pose, Vogue! - ao lado da musa do pop faturando mídia entre um curupapo e um flash.

Na leitura eleitoral, parece que Cabral encontrou a fórmula de como Jesus pode ajudá-lo. Se Garotinho, que tem apoio dos evangélicos, conta com a ajuda do Jesus etéreo, Cabral - Just like a prayer – celebra o Jesus, carioca e mundano, que traz sua Madonna a tiracolo para Sapucaí. Holiday! Celebrate!

E a Madonna, hein?! Essa dá aula de marketing até para o Cabral. E não vai daqui nenhum preconceito ou desconfiança sobre a existência de amor a primeira vista entre pessoas de faixa etária diferente, mas o que seria melhor para promover alguém que se chama Madonna do que arrumar um namorado chamado Jesus?

Pura provocação. E qual o retorno dessa provocação? Mídia, evidentemente.

Mas Madonna – segundo aqueles que entendem de cultura pop e que me ajudaram a fazer as citações desse texto - não depende disso. Ela tem conteúdo.

E com tanta exposição, fica quase impossível não querer tirar uma casquinha. Então, o mestre-sala Cabral, tira sua porta-bandeira para dançar e atravessa a avenida – e o desfile da Imperatriz Leopoldinense - para ser fotografado. Todos queriam clicar a Rainha do Pop, e o nosso governador lá, posando de guarda costas, fazendo a vez de UPP pessoal de Madonna.

Se o Lula está lá, o Cabral também; se a Madonna está aqui, nosso ma-material boy fica juntinho. Esse é o reflexo do governo do Rio. Cabral dá o pé e pede biscoito para assessorias de imprensa e de marketing trabalharem freneticamente. Só faz questão de estar ao lado de quem tem mídia e com essa estratégia tributa o flash de quem quer ser fotografado na cidade maravilhosa.

Pena que essa competência para se expor na mídia não se reflita na gestão do estado.

Ao contrário, o resultado dessa forma de governo está aí: inauguração de estações de metrô (com flashes, é claro) sem planejar o impacto = superlotação de trens; inauguração de UPAs (com banda e queima de fogos) sem melhorias nos hospitais = superlotação de emergências. Um carnaval de flashs e celebridades. Serviços, entretanto, sem qualidade.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Nossos Magnatas

Enfim apareceram os "investidores" do Metrô. Seu representante veio a público para dizer que dinheiro não é o problema.

Desde a inauguração (1979) até 1997, o metrô do Rio era um serviço público. Depois foi privatizado. O problema, que antes era de investimento, agora - pelas palavras do seu controlador - não é mais. Segundo ele, dinheiro há!

Mas se não é dinheiro, o problema só pode ser de incompetência. Em administração - seja pública ou privada - se existem os recursos necessários e não se alcança resultados é porque esses recursos não foram aplicados de forma competente.

Então pergunto se o amigo leitor lembra da pergunta que fiz no último post em que falei do metrô? Se não lembra, abuso da boa vontade do amigo leitor para reescrever:

"Mas convido o leitor a fazer um exercício de imaginação. Imagine-se um magnata do ramo de transportes, alguém com experiência no negócio. Após isso reflita: você investiria seu dinheiro em uma empresa que tem problemas crônicos, reiteradamente denunciados pela mídia e que utiliza artifícios políticos para impedir atos de transparência?"

Me dei ao trabalho de fazer uma pequena pesquisa no Google (ah o Google...sempre ele!) sobre esses “magnatas” e conclui que o problema é maior ainda. Digo isso porque o controle acionário da Metrô Rio foi adquirido por fundos de pensão, encabeçados pela Previ e pela Funcef, no final de 2008. Isso está na revista PREVI n. 139 de 2009. A transação foi referendada pelo Governo do Estado e passou a valer em março de 2009.

Ah, os aposentados do BB e da Caixa, são eles os magnatas! Será que esses danados andam por aí de fraque e cartola, saltando baforadas de legítimos Habanos? Seriam eles as aves de rapina do mercado?

Sei não... acho que está mais para um mico-preto que enfiaram goela abaixo dos velhinhos. E isso logo no Governo do Cabral, que sempre teve grande votação junto ao pessoal da terceira idade.

O pessoal estava lá, uns jogando dama na praça, outros na casinha de praia em Cabo-Frio ou Araruama, enquanto seus representantes pagavam 1 bilhão para fechar o negócio. Entre um jogo de bocha e uma partida de buraco, adquiriam uma companhia prestes a aumentar muito o volume de passageiros, com aumento do número de estações e novos serviços (ligação direta entre pavuna- botafogo).

Num primeiro momento parecia um negócio tentador: a compra de uma empresa concessionária de serviços públicos em vias de aumentar o número de clientes...mas será que eles se preocuparam sobre o impacto do crescimento projetado? Será que quiseram saber se a agência reguladora (AGETRANSP) tinha feito (fez ou não fez?! Até hoje não sei...) um estudo sobre o impacto dessas mudanças?

A partir disso pude interpretar um pouco melhor o que o Presidente da Alerj - cabeça de área do governo - quis dizer ao falar que os “investidores” do metrô se sentiriam inseguros com uma CPI. Talvez estivesse pensando nisso para engavetá-la. Talvez tenha pensado nas perguntas que os representantes desses “investidores” esqueceram de fazer antes de fechar o negócio. Se for isso, realmente será melhor para os “investidores” que não haja CPI.

No meio disso tudo só acho engraçado que os maiores problemas tenham começado justamente depois que o controle foi assumido pelos intrépidos velhinhos...

Mas isso é só um exercício de imaginação a partir da ligação de fatos. Só os “investidores” podem dizer por que não querem a CPI ou por que se sentem inseguros com ela. O que está claro, porém, é que se gastou muito dinheiro para as novas estações - inaugurações pirotécnicas, com show de luzes e um presidente ponto G - mas os investimentos em serviço - trens, atendimento ao usuário, valorização de funcionários, manutenção, etc... - foram desproporcionais.

Além disso, parece evidente que tais investimentos equivocados foram feitos antes da alienação do controle, deixando a sensação de que os aposentados ficaram “pendurados na brocha” depois que fecharam a operação... não sei o nome do escritório de advocacia que assessorou o negócio, mas tremo só de imaginar. Espero não ter outra decepção.

Em síntese o que posso pensar: esses incríveis velhinhos - grandes "investidores" - entraram nessa partida de buraco, bateram achando que iam fazer uma canastra real com o morto. Mas o jogo era de poker e para pingar tiveram que colocar 1 bi. Um delírio!

De qualquer forma, não há dúvida que a CPI ajudaria esses incríveis “investidores” a sair do buraco do Metrô.

O grade folião de 2010.

O ex-(?!)- Governdor do DF merece o título de folião 2010!

Personagem de inúmeros enredos e marchinhas, fez uma coisa quase que impossível: voltar os olhos do cidadão comum para o DF nesta época de folia.

Sei que talvez repercuta mais a possibilidade de a Beija-Flor perder pontos - porque, diferente dos outros enredos, não fala mal dos vídeos escandalosos - do que o avanço democrático de um governador de estado ser preso.

Mas disso eu discordo(não estou falando da Beija-Flor - que não tem culpa nenhuma dessa história - e sim do avanço). Acho que a grande evolução foi a continuidade da prisão!

O agora detento Arruda, outrora bem avaliado (não sei por quem), já não é mais o bom exemplo do governo dos liberais. Eles, aqui no Rio, nem tocam nesse assunto. Nem mesmo para comentar a retirada dos seus filiados do governo do DF após a prisão do Governador. Seguem o ditado: "deixa como está para ver como é que fica..."

Continuamos seguindo os acontecimentos e torcendo para a justiça continuar sendo feita, na esperança que esse sentimento de que o país (e a política) ainda é um projeto possível, basta que as instituições funcionem.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Quem são os investidores do Metrô?

Pois então pergunto ao amigo leitor: no que ele investe seu dinheiro? Com certeza, a maioria dirá que investe no pagamento das contas domésticas e o que sobra – quando sobra – vai para uma caderneta de poupança ou algum fundo de investimento, daqueles que rendem (segundo os gerentes de bancos) bem, mas que tem uma taxa de administração bem gordinha que acaba ficando elas por elas com a poupança.

Enfim, investimentos comuns para pessoas comuns.

Mas o que dizer aos investidores do Metrô? Quem são esses sujeitos que, segundo o presidente da ALERJ, se sentem ameaçados pela insegurança trazida pela CPI do Metrô?

Pois bem, foram esses investidores que levaram o presidente da ALERJ a, de antemão, dizer que vetará a CPI que, legitimamente, teve seu pedido de abertura subscrito pelo número regimental de Deputados. Um absurdo.

Independentemente de tal atitude antidemocrática, gostaria de ressaltar que não conheço ninguém que queira investir - ao menos com seriedade - no metrô do Rio. Digo isso a julgar pelo serviço prestado, que volta e meia vira alvo de críticas nesse espaço.

Mas convido o leitor a fazer um exercício de imaginação. Imagine-se um magnata do ramo de transportes, alguém com experiência no negócio. Após isso reflita: você investiria seu dinheiro em uma empresa que tem problemas crônicos, reiteradamente denunciados pela mídia e que utiliza artifícios políticos para impedir atos de transparência?

Sim, porque o que a CPI que se propunha traria transparência a essa questão do metrô e isso ocorreria justamente em ano eleitoral. Tal veto, portanto, parece de extrema conveniência ao Governo do Estado.

O que se extrai disso tudo é a ótica daquele que acha que é o rabo que abana o cão. Não são os investidores que se sentem inseguros de colocar dinheiro nos transporte público de maneira geral, são os políticos que não terão “segurança” para buscar tais investidores.

CPI já!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Onde nascem os cogumelos

Impressionante como todos os dias temos notícias relacionadas aos transportes públicos que são inacreditáveis. Mas essa superou todas, quando li a ficha demorou a cair. Tive que ver a foto para que verdade impressa me deixasse boquiaberto: um cogumelo nascendo em um vagão do metrô.

Mas talvez eu não devesse me surpreender. Onde nascem os cogumelos? Como qualificar o serviço do metrô? Parece cômico, mas é trágico. Cogumelos costumam nascer em fezes. Talvez deva ser natural, então, que eles brotem em vagões do nosso transporte público.

Não quero parecer leviano, mas traçar o paralelo é impossível. O descaso que o cidadão carioca é submetido pelo Governo do Estado é absurdo! O que o Governador vai fazer agora, mandar outro email desaforado?! Puxar a orelha do presidente do metrô?! Deixar o assunto ao encargo da Agetransp?!

Enquanto o governador toma o chá das cinco em Londres - o qual, aliás, espero que não seja de cogumelos selecionados colhidos em vagões - o povo se espreme em vagões e respira um ar com fungos, que agora, de tão grandes, posam aos paparazzi de plantão. Lamentável.

A rede do metrô há muito carece de planejamento. O que sai bem no jornal é inauguração de estação. Quando o presidente comparece então, a pirotecnia é geral. E a mídia bate palma.

Mas não há investimento em serviço. A rede vai aumentando, um contingente populacional maior passa a utilizá-la, todavia o número de vagões parece não aumentar na mesma proporção. Os investimentos em manutenção (agora a olhos vistos, com trem parando, outro desacoplando e, por fim, com cogumelos nascendo) também parece não acompanhar o ritmo.

Além disso, ações de grande impacto como a conexão direta entre a linha 2 e linha 1 são feitas sem estudo técnico que definisse o impacto disso. O resultado não poderia ser outro: mais uma grande confusão.

Enfim, nossa secretaria de transportes parece que funciona muito bem para transportar nosso governador para viagens internacionais. Já para transportar o povo de casa para o trabalho e vice-versa, deixa muito a desejar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A bruxa de Cabral.

E agora mais essa: Tony Blair consultor olímpico. Mais uma invenção que vai do nada para lugar algum.

O roteiro dessa história está mais para o filme de terror que tem o mesmo sobrenome do nosso consultor, a Bruxa de Blair. E a semelhança não fica só no sobrenome, mas também na sensação de que estamos perdidos no meio de uma floresta que parece não ter fim, onde andamos, andamos, andamos e não chegamos a lugar algum!

Já posso antever o trocadilho: a bruxa de Tony Blair está solta...

A conexão Rio-Londres, segundo Cabral, é muito importante. Isso teria motivado o convite. Concordo que é importante aprendermos com experiências exitosas e bebermos na mesma fonte. Mas como podemos considerar exitosa uma experiência que nem se realizou?

Sim, as olimpíadas de Londres ainda não ocorreram. Só em 2012. Será que nosso Governador entende que uma obra que ande no cronograma é uma experiência de sucesso? Talvez isso já deixe nosso Governador feliz, mas não a mim. Ficaria satisfeito se o metrô andasse no horário!

Difícil de entender desperdiçar energia e tempo com esse tipo de relação. Parece que a notícia serve apenas para justificar a ausência do nosso governador ao trabalho. Gostaria de ver essa mesma energia canalizada na estruturação dos hospitais estaduais (esquecidos porque não dão votos como as UPAs) ou na solução dos problemas de transportes que estão cotidianamente na mídia com trens fantasmas e outros horrores.

Por fim, faço o seguinte apelo: não me venha inventar de contratar o Bush para ser consultor das UPPs. Não é porque vivemos nesse bang-bang que precisaremos importar um legítimo cowboy texano.

Fica a dica.