quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paralamas do Fracasso

Como diria o compositor Herbert Vianna, em sua música Meu Erro: “Eu quis dizer, você não quis escutar...”

Há muito tempo venho tentando alertar a todos sobre o real estado da saúde no Rio de Janeiro. E, ainda como na música, aquilo que o governo do Estado pode chamar de “seu erro”, foi o de acreditar que a política de UPAs “bastaria” para resolver todos os problemas da saúde pública. Entretanto, temos uma realidade de hospitais superlotados, com estrutura muito ruim, falta de leitos e uma grande confusão na gestão de recursos humanos.

Nas diversas visitas que faço regulamente às unidades de saúde, venho observando um caos cada vez maior nas emergências com falsos CTIs improvisados em ambulatórios e profissionais insatisfeitos que precisam “se virar” para atender a população da melhor maneira possível.

Hoje, matérias no Globo e no Dia anunciam fatos que comprovam a minha previsão, taxada por alguns como alarmista. As UPAs podem fazer parte do nosso sistema de saúde, mas não podem ser tratadas e vendidas como uma solução, monopolizando assim quase todo o investimento na área.

Para piorar, o governador, Sérgio Cabral e o prefeito, Eduardo Paes, que propagam uma aliança nacional, ficam num discreto “jogo de empurra”, com ambos se eximindo da culpa pela situação e prometendo melhorias para um futuro próximo. No final das contas, quem sofre a cobrança é o funcionário que está na linha de frente.

A defensoria pública já fala em multas diárias e, em último caso, prisão de “responsáveis” como o superintendente da central reguladora de leitos. Mesma atitude injusta já foi tomada contra a Dra. Ana Cristina Murai, a quem fiz questão de homenagear em solenidade celebrando o Dia do Médico.

O diretor da rede hospitalar federal no Rio, Oscar Berro, falou na assinatura de um pacto público entre as três esferas do governo, mas, para finalizar no mesmo nível que comecei o post de hoje, cito novamente Herbert Vianna, na mesma música:

Mesmo querendo
Eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais”

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

De boas intenções...

Sempre defendi o ato de doar. A doação de orgãos e de sangue pode salvar vidas, mas envolve uma série de responsábilidades. Escrevo isso para comentar a lei estadual que troca ingressos para jogos de futebol por doações de sangue.

Claro que toda iniciativa que vise aumentar o número dodadores conscientes é bem vinda, mas acredito que essa lei cria uma remuneração indireta pela doação realizada.

Essa opinião não é só minha, o Hemorio, que seria o principal beneficiado da medida, divulgou um parecer contrário a medida, alegando inconstitucionalidade da mesma, pois toda doação deve ser “voluntária, altruísta e não remunerada direta ou indiretamente”.

Infelizmente, a nova medida poderia gerar mais prejuizos do que benefícios na coleta de sangue estadual, uma vez que o doador, interessado em obter o ingresso, pode omitir informações que poderiam classificá-lo como inapto, pondo em risco assim a saúde tanto do receptor quanto dele próprio.

Entendo o objetivo do deputado que propôs a lei e acredito que esteja agindo de boa fé, mas ele está cometendo um equivoco.

Pois bem, nisso está o principal argumento para dizer que não se trata de demagogia ser contra esse tipo de iniciativa. Na verdade, doar sangue, além de um gesto de amor, é também um ato de responsabilidade.

Para aqueles que quiserem doar sangue – pelo simples desejo de salvar vidas – seguem algumas informações úteis:

• REQUISITOS BÁSICOS PARA DOAR SANGUE

- Portar documento oficial de identidade com foto (identidade, carteira de trabalho certificado de reservista ou carteira do conselho profissional)
- Estar bem de saúde
- Ter entre 18 e 65 anos
- Pesar no mínimo 50 Kg
- Não estar em jejum. Evitar apenas alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação

• ALGUMAS SITUAÇÕES QUE IMPEDEM PROVISORIAMENTE A DOAÇÃO DE SANGUE:

- Febre - acima de 37°C
- Gripe ou resfriado
- Gravidez atual (90 dias após o parto normal e de 180 dias após a cesariana)
- Amamentação (até 1 ano após o parto)
- Uso de alguns medicamentos
- Anemia
- Cirurgias
- Extração dentária 72 horas
- Tatuagem: 01 ano sem doar
- Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina
- Transfusão de sangue: impedimento por 01 ano

• O HEMORIO localiza-se na Rua Frei Caneca, 8, Centro - Rio de Janeiro

• Horário de funcionamento: todos os dias de semana, de 7 às 18 horas, inclusive finais de semana e feriados.

• Mais informações em: http://www.hemorio.rj.gov.br/

Fica a dica.

sábado, 9 de outubro de 2010

Agradecimentos

Infelizmente, não deu...

Essa foi, sem dúvida, a campanha mais difícil de toda minha vida parlamentar. Sim, foram noventa dias ouvindo diversas mensagens de apoio, de pessoas dizendo conhecer meu trabalho e afirmando confiar em mim. No entanto, também foram muitos os rostos virados e expressões fechadas de pessoas que não querem nem ouvir falar em política.

Claro que entendo os motivos do eleitor que não acredita mais em políticos, mas insisto que acreditar no discurso de que “todo político é ladrão” só favorece o corrupto, que continuará comprando votos das mais variadas maneiras, enquanto nós, políticos que dependemos de voto de opinião, perdemos espaço.

Então, chego a essa primeira semana de outubro bastante cansado, estressado e triste com o resultado, mas sei que, muitas vezes, as pessoas em minha volta sofreram até mais do que eu. É por isso que gostaria de registrar aqui meu agradecimento a todos que participaram dessa campanha e aqueles que acreditaram em mim, depositando seu voto de confiança no 23000.

Aos meus eleitores, tenho a dizer que eles terão nesses próximos dois anos de mandato de vereador que estão por vir o mesmo parlamentar ativo na defesa do interesse público do município, procurando desempenhar o papel parlamentar da melhor forma possível, sempre pautado na ética, pois sei que me elegeram para isso.

Agradeço a todos os meus eleitores; minha mulher, Fátima; meu pai, Diamantino; meus filhos, Juliana e Bernardo; e a todos os meus assessores e coloboradores da campanha.

Sinceramente, muito obrigado!

Paulo Pinheiro

Vereador, pediatra e exausto.