Ato Público na Avenida Brasil

Acabei de sair de um ato público promovido por profissionais de saúde e membros do conselhos distritais de saúde. Eles não aguentam mais a verdadeira baderna que se transformou a política de recursos humanos que a Secretaria Municipal de Saúde vem dispensando ao Programa de Saúde da Família. Os maiores problemas estão localizados na área de Bangu e Santa Cruz e, por tal motivo, a manifestação se concentrou na Av. Brasil, na altura de Realengo, fechando-a parcialmente.

Participei da manifestação em solidariedade aos profissionais – que enfrentam graves problemas de atrasos de salários – e aos usuários, que são os grandes prejudicados com essa situação.

Representantes da Prefeitura ainda tentaram começar uma negociação durante a manifestação, mas qualquer negociação somente será possível quando houver o pagamento dos salários atrasados de todos os profissionais.

Aproveitei também para convocar os presentes para participar da Audiência Pública que se realizará na próxima terça feira (06/04), 9.00h, no plenário da Câmara Municipal e que terá a finalidade de discutir a atual política de recursos humanos da saúde.

Há tempos venho denunciando as dificuldades na política de recursos humanos da SMSDC e o impacto que isso causa ao atendimento ao cidadão. Cheguei a requerer a instalação de uma CPI, mas incompreensivelmente a presidência da Câmara Municipal indeferiu o pedido sob o injustificável argumento de não existir fato determinado.

Sem me dar por vencido, fiz novo requerimento, que se encontra na mesa do presidente da Câmara para ser apreciado. Espero que desta vez o bom senso prevaleça e haja o deferimento, vez que o não cumprimento de compromisso do governo municipal com os profissionais do Programa de Saúde da Família é latente.

Ainda hoje tenho reunião agendada com o Prefeito e a regularização dessa situação é um dos assuntos que quero tratar com ele.

Entrevista à Folha Dirigida

Hoje visitei a redação do jornal Folha Dirigida, onde participei de uma entrevista. Durante a conversa com a repórter, defendi novamente o concurso público, o plano de cargos, carreiras e salários (PCCS) e a instauração da CPI para apurar os problemas de recursos humanos na saúde do município. O jornal, que tem acompanhado toda a evolução do caos que toma conta da cidade, pretende agora esclarecer os problemas na seleção dos funcionários que as Organizações Sociais contratam.

É claro que não poderia ocorrer um concurso público para um cargo terceirizado, mas o processo seletivo deveria, no mínimo, ser o mais objetivo possível. Essa objetividade foi inclusive uma promessa feita pelo secretário municipal de saúde, Hans Dohmann, à própria Folha Dirigida no início de seu mandato. No entanto, a Global - organização social que será uma das responsáveis pelas novas contratações - prefere fazer uma avaliação de currículo, uma dinâmica de grupo e uma entrevista individual. Passar por essas etapas e não realizar nenhuma prova para comprovar conhecimento é, sem dúvida, uma forma de favorecer apadrinhamentos.

Tentei desconstruir o pensamento de que deve-se evitar funcionários estatutários já que eles se acomodariam com a estabilidade. O argumento não se justifica, pois é possível sim cobrar produtividade de funcionários públicos. Na realidade, o que percebemos é justamente o contrário: um desânimo naqueles contratados pelas OSs, já que não tem nenhuma perspectiva de ascensão na carreira.

O concurso público aliado ao PCCS é a melhor maneira de garantir um funcionário satisfeito e trabalhando bem. Fica a dica.

Amamentação x Dengue e Gripe A

Para os que não conhecem minha história, minha especialidade médica é a pediatria, área que nunca deixei de acompanhar e estudar. Justamente por ter uma larga vivência nesse segmento, sei que existem muitas dúvidas e boas ideias para serem divulgadas, assim como mitos que devem ser desvendados.

Por esse motivo resolvi utilizar o meu blog para disponibilizar informações e dicas que considero úteis e que podem, por vezes, ajudar no dia-dia dos pais. Vale lembrar que a internet e o doutor Google não acabam com a necessidade do acompanhamento de um médico de confiança e que a principal fonte de informação deve continuar sendo seu pediatra.

Gostaria de inaugurar essa maneira de utilizar o espaço do blog comentando os cuidados que as mães devem tomar com a amamentação quando estiverem doentes. Como duas doenças se encontram em evidencia na mídia – a Influenza A e a Dengue –, penso que vale um comentário sobre o assunto ao meu leitor.

Li duas matérias no site da revista Crescer que tratam da amamentação na hipótese das duas doenças. Sei que inúmeras mães têm dúvidas sobre como lidar com a amamentação em ambas as hipóteses, por isso a leitura de ambas é importante.

(Links para as matérias: Dengue e Gripe A)

Entendo que nos dois casos (Dengue e Gripe A) é recomendável manter a amamentação normalmente, enquanto isso for possível para mãe. Os vírus não são transmitidos pelo leite materno e, pelo contrário, o leite fortalece a saúde do bebê que, caso venha a adoecer, terá um sistema imunológico reforçado. A principal recomendação é que a mãe cuide da própria saúde para que seu estado não chegue ao nível de comprometer a relação com o filho, embora sejam raros os casos em que a mãe fique impedida de amamentar. Em ambos os casos a hidratação é importatíssima.

Independente disso, o bom senso sempre recomenda que haja acompanhamento médico. Assim é importante procurar um clínico (para mãe) e um pediatra (para a criança). O auxílio do parceiro e/ou amigos também ajuda a superar o momento adverso, aliviando a pesada carga que a mãe enfrente nesses momentos.

Falando especificamente dos casos citados nas matérias, vale lembrar que a Dengue só é transmitida pelo mosquito, enquanto a Influenza A é transmitida principalmente por meio da tosse ou espirro e secreções respiratórias de pessoas infectadas. Por isso, no caso da Dengue, recomenda-se a prevenção contra o mosquito e aplicação de repelentes (compatíveis à idade da criança), enquanto no caso da Influenza A fica a recomendação de que a mãe passe a usar máscara e mantenha as mãos limpas para evitar o contágio da criança quando for amamentá-la, além de fazer a prevenção com a vacina (veja aqui o calendário de vacinação).

O leite materno é insubstituível. Fica a dica (do pediatra).

Encontro com Gabeira na posse da Diretoria do SindhRio

Conforme noticiado hoje pelo Jornal do Brasil, estive na última segunda (22/03) na cerimônia de posse da Diretoria do Sindicato de Hospitais Privados do Rio de Janeiro - SindhRio, para congratular meu colega Josier Villar, que foi reeleito.


Além de prestigiar o evento, tive a oportunidade de encontrar o Deputado Federal Fernando Gabeira, com quem pude conversar sobre a complicada situação de todos os setores da saúde do estado.

Muita coisa deverá ser feita para colocar a saúde estadual nos eixos. Penso que Fernando Gabeira pode ser o elemento que falta para oxigenar as políticas públicas relacionadas à saúde.

Meia passagem já!

Hoje a Cinelândia foi palco de mais uma manifestação política relevante. Os estudantes se reuniram para mostrar aos governantes municipais que realmente querem ver aprovada a lei da Meia Passagem.



Esse Projeto de Lei foi encaminhado pelo prefeito para a Câmara Municipal, mas através de uma manobra regimental (parecer conjunto das comissões de Administração; Transportes e Trânsito; Educação e Cultura; Finanças; e Justiça e Redação que foi contrário ao Projeto) foi arquivado sem sequer ser votado.

Ficou clara a falta de vontade política do Prefeito em fazer aprovar o projeto. Em situações muito mais polêmicas o Poder Executivo se empenhou em aprovar leis que até hoje são discutidas na Justiça (PEU das Vargens, Taxa de Iluminação, etc.). No caso da Meia Passagem, o Prefeito não deu nenhuma mostra de que queria ver a aprovação de tal lei.

Há tempos venho dizendo que sem a mobilização estudantil esse projeto não avançará na Câmara Municipal. Com isso quero dizer que se não houver cobrança a questão ficará engavetada e que atos como os de hoje devem se repetir para que um novo projeto seja encaminhado à Câmara e que, no dia da votação, as galerias estejam cheias para cobrar do Prefeito o cumprimento do compromisso assumido.

Amigos do blog, vejam o que a mobilização popular é capaz de fazer.



A Cinelândia se tranformou num mar de gente para barrar a emenda Ibsen. Tenho certeza que esse verdadeiro Tsunami Carioca vai mostrar ao Brasil como a nova regra de implantação dos Royalties é injusta.

O povo do estado do Rio de Janeiro mostra ao seu governador que não é com chororô que as coisas se resolvem, mas sim com organização e manifestação legítima e democrática!

Parabéns ao povo Fluminense!

Em defesa do Rio

Em alguns momentos importantes, é dever da oposição e da situação se unirem em prol de uma causa mais importante. A emenda Ibsen é a fagulha de um desses raros momentos. Não seria responsável de nossa parte deixar de defender o Rio de Janeiro em uma ocasião onde o Estado é tão diretamente afetado por uma proposição tão despropositada.

A diminuição dos royalties não só significaria uma perigosa quebra de contrato, como aleijaria o Estado, deixando-o incapaz de investir. Vale lembrar, também, que os royalties são uma compensação pelos danos causados pela extração do petróleo (aumento populacional, danos ao meio ambiente, investimentos necessários...) e não uma remuneração exclusiva.

Somos contra a Emenda Ibsen e defenderemos o Rio de Janeiro. Defenderemos o Rio sem drama - ou soluços magoados - e sem transformar manifestações populares em campanha antecipada.

Somos Rio sem subserviência e sem chapa-branca; críticos, mas responsáveis.

Dia Mundial do Rim

Hoje é o Dia Mundial do Rim. Idealizado em 2006, passou a ser realizado todas as segundas quintas-feiras do mês de março com o objetivo de conscientizar a população mundial sobre a saúde dos rins. Nesse ano de 2010 o tema é “Proteja seus rins. Controle seus diabetes” e mais de 100 países estão engajados na causa.

As complicações nos rins podem levar a perda do órgão e até a morte, no entanto, o fato de se tratarem de doenças assintomáticas, ou seja, que não causam dor ou sintomas aparentes complica o diagnostico. Segundo estimativas da SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), cerca de 60% dos 2 milhões de doentes no Brasil não sabem que têm o problema.

Apesar de possuir tratamento preventivo barato e simples, o mesmo ainda não se tornou rotineiro na vida da população. Com exames de sangue simples é possível medir a dosagem de creatinina e com isso detectar se há déficit de funcionamento nos rins, dando inicio ao tratamento o quanto antes.

Além dos exames, é importante manter o controle de possiveis casos de hipertensão e/ou diabetes. Tanto a hipertensão arterial, quanto os altos indices de açucar no sangue podem lesar as arterias renais até que se forme um quadro de insuficiencia renal aguda. Caso o paciente não começe a tomar os cuidados necessários o próximo passo é a Doença Renal Crônica.

Quando chegamos nesses casos só restam as opções pela diálise ou pelos transplantes. Esses, porém, são procedimentos caros e complicados. A diálise consiste numa maquina que filtra o sangue, substituindo assim o rim. Essa, no entanto, deveria ser apenas uma medida provisória. Como o ideal seria realizar o transplante, a diálise serviria apenas até que se conseguisse um doador.

Foi justamente com o intuito de tornar o exame mais rotineiro que apresentei uma lei – já aprovada na câmara municipal – que estabelece a notificação compulsória dos casos de doença renal crônica.

Além disso, apresentei juntamente com o vereador Carlo Caiado novo projeto de lei, dessa vez para criar a Semana Municipal de Prevenção às Doenças Renais. O projeto já recebeu parecer favorável e aguarda para entrar na Ordem do Dia e ser votada.

A semana de prevenção serviria exatamente para criar o hábito de se prevenir as doenças renais. No ano passado já promovi uma discussão sobre o assunto no dia da saúde na Câmara com a presença de especialistas e continuo minha luta para que o cidadão se conscientize da importância do tratamento.

O envelhecimento da população aumenta o surgimento das doenças crônicas e devemos ficar atentos. Fica a dica.