quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Querequequé


Poucos dias após o natal, o Prefeito Eduardo Paes sentenciou: “Não aceito ‘querequequé’ de corporação. Essa história de ter que ter dois, ter três... Não tem que ter nada. Tem que ter neurologista”. Em artigo publicado no Globo, Elio Gaspari fala muito bem sobre o assunto, mas acrescento duas perguntas:

1- Se é o prefeito que vai escolher quem sobreviverá quando acontecer um acidente automobilístico em que haja a necessidade da descompressão de dois (ou mais) crânios ao mesmo tempo? 
2 - Caso acontecesse com um familiar dele o mesmo que aconteceu com a menina Adrielly ou com o rapaz que morreu porque não havia cirurgião vascular no Paulino Werneck, o senhor prefeito pensaria da mesma forma?

Aquilo que o Prefeito chama de QUEREQUEQUÉ de corporação, eu chamo de descaso, economia com a saúde dos outros, falta de condições de trabalho dignas, incompetência de gestão de Recursos Humanos... Enfim, sucateamento com uma finalidade simples: privatizar para aqueles que adoram tirar um QUEREQUEQUÉ qualquer terceirizando serviços de saúde pública. 

Basta olhar os jornais desde o início das privatizações das Organizações Sociais que o prefeito vai ver que elas estiveram mais presentes nas paginas policiais do que em editoriais que falam da melhoria dos serviços públicos no segmento. Nos últimos dias, por exemplo, ele desqualificou duas delas, que receberam mais de 60 milhões de QUEREQUEQUÉS dos cofres públicos. Em ambos os casos, várias irregularidades foram detectadas e denunciadas pelo meu mandato há mais de um ano, baseadas em estudos do Tribunal de Contas do Município.

O prefeito quer fazer o carioca acreditar que tudo se trata de uma simples briga corporativista, mas o problema é muito maior que esse. O verdadeiro problema é que não interessa ao prefeito um sistema que realmente atenda ao cidadão, mas sim que atenda aos seus interesses políticos.