quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Onde nascem os cogumelos

Impressionante como todos os dias temos notícias relacionadas aos transportes públicos que são inacreditáveis. Mas essa superou todas, quando li a ficha demorou a cair. Tive que ver a foto para que verdade impressa me deixasse boquiaberto: um cogumelo nascendo em um vagão do metrô.

Mas talvez eu não devesse me surpreender. Onde nascem os cogumelos? Como qualificar o serviço do metrô? Parece cômico, mas é trágico. Cogumelos costumam nascer em fezes. Talvez deva ser natural, então, que eles brotem em vagões do nosso transporte público.

Não quero parecer leviano, mas traçar o paralelo é impossível. O descaso que o cidadão carioca é submetido pelo Governo do Estado é absurdo! O que o Governador vai fazer agora, mandar outro email desaforado?! Puxar a orelha do presidente do metrô?! Deixar o assunto ao encargo da Agetransp?!

Enquanto o governador toma o chá das cinco em Londres - o qual, aliás, espero que não seja de cogumelos selecionados colhidos em vagões - o povo se espreme em vagões e respira um ar com fungos, que agora, de tão grandes, posam aos paparazzi de plantão. Lamentável.

A rede do metrô há muito carece de planejamento. O que sai bem no jornal é inauguração de estação. Quando o presidente comparece então, a pirotecnia é geral. E a mídia bate palma.

Mas não há investimento em serviço. A rede vai aumentando, um contingente populacional maior passa a utilizá-la, todavia o número de vagões parece não aumentar na mesma proporção. Os investimentos em manutenção (agora a olhos vistos, com trem parando, outro desacoplando e, por fim, com cogumelos nascendo) também parece não acompanhar o ritmo.

Além disso, ações de grande impacto como a conexão direta entre a linha 2 e linha 1 são feitas sem estudo técnico que definisse o impacto disso. O resultado não poderia ser outro: mais uma grande confusão.

Enfim, nossa secretaria de transportes parece que funciona muito bem para transportar nosso governador para viagens internacionais. Já para transportar o povo de casa para o trabalho e vice-versa, deixa muito a desejar.

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