quinta-feira, 10 de junho de 2010

O exemplo ignorado do Golfo do México

O Senado aprovou durante a madrugada de hoje (10/06) a emenda do senador Pedro Simon que muda divisão dos recursos do petróleo entre os estados. Com ela o Rio de Janeiro sofre uma enorme perda em sua arrecadação. O texto aprovado nada mais é do que uma repetição da proposta do senador Ibsen Pinheiro, acrescentando somente uma previsão de que a União compense os Estados e Municípios prejudicados. Além de possuir um texto muito impreciso quanto a essa compensação, não acho correto onerar a União para criar uma distribuição arbitraria e sem justificativa de verba pública.

Paralelamente a isso, desde o final de abril, estamos acompanhando uma verdadeira batalha no litoral americano, mas, infelizmente, soluções para o desastre no Golfo do México parecem ainda distantes. A natureza já sofreu diversas baixas ao longo da história, sempre com justificativas baseadas em um suposto desenvolvimento benéfico, dessa vez, no entanto, a derrota da natureza não significa nenhuma espécie de “progresso”. Estamos numa situação onde todos perdem.

Essa tragédia deveria ter sido tratada com atenção ainda maior por nós, cariocas. Todos lembram a grande manifestação de força que a população do Rio deu no dia 17 de março, apenas uma semana após a Câmara dos Deputados aprovar a emenda que comprometeria gravemente nosso orçamento, mas não poderíamos ter deixado o assunto cair no esquecimento.

O caso da British Petroleum serve como um terrível alerta do que pode acontecer conosco. Além dos gastos que as cidades produtoras tem com o crescimento que o Petróleo gera (sim Ibsen, somos cidades produtoras. Não basta ter a vista para o mar), agora ficou claro os riscos ambientais que corremos. Os recursos são fundamentais não só para tentar solucionar possíveis problemas, mas também para serem gastos em prevenção.

A Petrobras, obviamente, faz o possível para evitar desastres, mas, infelizmente, acidentes acontecem e os custos de contenção de um vazamento são estratosféricos.

Não sou especialista no assunto, mas falo como um carioca preocupado. Fazer uma grande manifestação e depois esperar passivamente pelos desdobramentos foi um erro que não devemos cometer novamente. Não podemos dar brechas, temos que manter o governo pressionado. Se a emenda for sancionada, não adiantará chorar o óleo derramado...

Um comentário:

  1. O Sr. tem razão, Vereador, existem cidades produtoras de petróleo, são aquelas que servem de base para a extração do produto e que abrigam os técnicos, supervisores e operários que trabalham nas plataformas. Essas cidades são obrigadas a expandir duas ou três vezes, sua infraestrutura e isso custa caro. O Senador Simon cometeu o mesmo erro de Ibsen.

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