quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A superbactéria

O alerta sobre o surgimento de uma nova superbactéria e a confirmação de 43 casos nos Hospitais Estaduais do Rio trouxeram mais uma preocupação para a população carioca e algumas considerações precisam ser feitas:


Primeiramente, o termo adotado pode gerar uma idéia errada sobre o risco real da doença. As “superbactérias” são na verdade, bactérias resistentes a diversos antibióticos, deixando assim poucas opções terapêuticas para o tratamento dos pacientes. Além disso, como o contágio ocorre com o contato direto com doentes, o grande risco de contaminação está nos ambientes hospitalares.


Como o tratamento é bastante complicado, o combate às superbactérias deve ser preventivo. Em tese, esse controle é bastante fácil e barato. O uso adequado de equipamentos como luvas e aventais e, até mesmo, atos simples de higiene, como lavar as mãos seriam suficientes, mas, infelizmente, as recomendações nem sempre são seguidas.


Outro problema que salta aos olhos é o uso indiscriminado de medicamentos e os números altíssimos de automedicação. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 50% das prescrições de antibióticos no mundo são inadequadas. Só no Brasil, o comércio de antibióticos movimentou, em 2009, cerca de R$ 1,6 bilhão, segundo relatório do instituto IMS Health.


Para tentar combater esse quadro, a Anvisa criou novas regras para a venda de antibióticos no Brasil. A partir do dia 28 de novembro, esses remédios só poderão ser vendidos em farmácias e drogarias mediante a apresentação de uma receita em duas vias, sendo que a primeira deverá ficar retida pelo vendedor.


Resumindo, a superbactéria não é tão super assim. Claro que bactérias resistentes aos antibióticos merecem nossa atenção, mas a prevenção passa basicamente por uma boa higiene e pelo uso responsável de medicamentos.


Essa uma das maiores provas de que a prevenção é o melhor remédio. Fica a dica.

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