quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

As dificuldades de uma oposição que presta contas


Ciente de que ser vereador nada mais é do que ser um representante da sociedade, Paulo Pinheiro tem o hábito de prestar contas de seu mandato de todas as maneiras possíveis.

Além desse informe, o parlamentar mantém um site, uma conta no twitter e fala todas as sextas às 12h30, na prestação de contas que o PSOL realiza em praça pública, no Buraco do Lume, centro do Rio.

Na Câmara, faz parte do seleto grupo que faz uso da palavra, falando suas criticas e apresentando suas propostas em quase todas as sessões. Somente em 2011, foram mais de 90 discursos, divulgados na TV Câmara e publicados no Diário Oficial.

Tradicionalmente, o trabalho da oposição é mais difícil que o da situação, pois não conta com a máquina governamental. No Rio de Janeiro, entretanto, a dupla Cabral/Paes foi além, conseguindo um domínio poucas vezes visto em Estados democráticos.

Na Câmara Municipal, por exemplo, o rolo compressor da bancada governista, em sua grande maioria, obedece as ordens do Executivo sem questionar, impossibilitando até mesmo medidas que garantiriam o direito das minorias, como a criação de CPIs. Após muito trabalho para reunir a assinatura de 1/3 dos vereadores (17 de 51), o vereador Paulo Pinheiro apresentou duas propostas de CPI em 2011. A primeira, sobre a Máfia das Ambulâncias chegou até a ser instalada, mas, foi políticamente esvaziada pela situação.

A segunda, que investigaria a política de Recursos Humanos na Saúde, é uma batalha antiga do parlamentar que, em Outubro, finalmente conseguiu o 17º apoiamento e protocolou o pedido. Após mais de um mês, entretanto, a CPI foi indeferida, pois dois vereadores alegaram que tratava-se de um requerimento antigo e retiraram suas assinaturas.

“Confesso meu constrangimento ao ler a justificativa de um vereador médico, alegando que a situação da saúde municipal não era a mesma de quando ele assinou meu pedido de CPI. Realmente, o cenário mudou enquanto tramitava o requerimento, mas mudou para pior”.


Para acessar versão completa da prestação de contas, clique aqui:

Um comentário:

  1. Acho importante um vereador prestar contas periodicamente e fazer "gabinete de rua".Nem sempre as pessoas se interessam por falta de tempo, descrédito com a política ou outras motivações. Porém, é fundamental que o eleitor tenha um contato regular com o representante que elegeu.

    No nosso país, quase todo mundo se esquece em quem apoiou nas eleições proporcionais e aí fico a indagar se a adoção do voto distrital misto não seria uma alternativa?

    Falando na "Máfia das Ambulâncias", vale a pena lembrar que faltam viaturas para fazer a remoção de todas as pessoas internadas nas unidades de saúde. No mês de março, fiquei perplexo quando verifiquei que a ambulância da UPA da Sans Peña ficava permanente estacionada lá mesmo havendo pessoas em situação grave precisando ser transferidas para um hospital afim de receberem o tratamento adequado, coisa que acabei denunciando no meu blogue escrevendo o artigo "A vulnerabilidade dos pacientes internados nas UPAs do Rio de Janeiro", de 09/03/2012, quando minha avó materna encontrava-se lá precisando urgentemente de receber hemotransfusão:

    http://doutorrodrigoluz.blogspot.com.br/2012/03/vulnerabilidade-dos-pacientes.html

    Infelizmente, ela veio a falecer uns 12 dias depois no CTI do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, sendo que a internação somente foi obtida após eu ter ingressado com ação judicial no Plantão do TJ mediante o documento do médico da UPA cuja cópia digitalizada encontra-se no meu artigo acima mencionado.

    Enfim, nós, a sociedade civil e os poucos representantes eleitos que se importam com a grave situação da saúde em nosso estado precisamos ir à luta. A população do Brasil e do Rio está envelhecendo e pouca gente tem dinheiro para pagar por um plano de saúde. Portanto, é hora das pessoas brigarem por um serviço médico de qualidade em todos os aspectos.

    Valeu!

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