quarta-feira, 14 de julho de 2010

A gafe da gaze

Hoje o Secretário Estadual de Saúde – melhor gestor de saúde do Brasil, segundo seu chefe, Sérgio Cabral – foi ao RJTV para dar explicações sobre as compras sem licitações e com preço acima ao que o mercado pratica quando os negócios são feitos com outros entes da federação.

As compras de remédios e insumos, segundo o que denuncia a série de reportagens do RJTV, já é objeto de investigação do Ministério Público, principalmente pelo fato de terem sido feitas, em sua maioria, de uma mesma empresa, cujo o sócio é uma empresa offshore, isto é, uma modalidade empresarial que se situa fora do Brasil e que é usualmente utilizada no mercado para dificultar a publicidade dos nomes dos sócio.

Admirável a coragem do secretário em comparecer ao RJTV para a entrevista, mas isso não foi suficiente para evitar várias saias justas. As principais se referem à falta de argumentos sobre as compras principalmente na questão da compra da gaze.

A realização de compra emergencial de gaze é inexplicável. Ou é muita incompetência (do maior gestor de saúde do Brasil...) ou leniência com más práticas de gestão.

Ao ser perguntado se ainda confiava no ex-subsecretário executivo (primo de sua esposa), exonerado em razão do escândalo de superfaturamento na contratação de serviços da empresa Toesa, o Secretário respondeu afirmativamente. Mas após essa resposta houve uma réplica esclarecendo ao secretário que a sindicância que ele mesmo instaurou havia concluído que a responsabilidade pelo superfaturamento do contrato seria do ex-subsecretário executivo.

Após isso o secretário foi protocolar e se limitou a dizer que esperava a conclusão de todos os processos administrativos para emitir uma opinião. Fica então a questão: se o secretário ainda confia no ex-subsecretário executivo, quem poderá confiar no secretário? Acho que só o Cabral....

Mas não parou por aí, pois o pior ficou para o final. A conversa se encerrou com a indicação do secretário que o caminho é a terceirização da saúde, ou seja, mais contratos para ser gerenciados. Então parece que é hora de começar a investigar os contratos com laboratórios e terceirizações de emergência.

Assista aos vídeos abaixo e tire suas próprias conclusões.





Um comentário:

  1. O reporter foi corajoso e muito bom entrevistador, mais uns 10 minutos e o secretário ia demitir pela TV o seu fiel parceiro.

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