sexta-feira, 16 de julho de 2010

O fio da meada

A infomação que circula hoje na coluna do jornalista Fernando Molica mostra bem que a compra de remédios de forma emergencial não é exclusividade da atual gestão estadual da saúde. Também na gestão municipal passada – Cesar Maia - eram feitas compras emergenciais da própria empresa envolvida nesse escândalo que está em voga. E qualquer cidadão pode conferir a veracidade da afirmação do jornalista. Está tudo no site http://riotransparente.rio.rj.gov.br/.

O detalhe que posso agregar a essa informação é que essas compras emergenciais devem ser encaradas, no mínimo, como uma aberração na gestão da saúde carioca. Digo isso porque foram objeto de tais compras materiais que são insumos básicos, como fio cirurgico, por exemplo.

Quando falta um insumo básico para que o serviço público cumpra seu papel, é sinal que o gestor público não faz seu papel corretamente. Nada pode justificar, exceto um desastre ou uma epidemia de grandes proporções, a compra emergencial de gaze, fio cirurgico ou soro.

A falta de planejamento ou de seriedade de gestão não pode mascarar eventuais relações nubladas com empresas fornecedoras de insumos e serviços. A gestão municipal passada teve mais de 8 (oito) anos para colocar a casa em ordem, mas o que se viu foram resultados pífios na atenção básica - especialmente na cobertura do programa de Saúde da Família - e experiências de gestão muito duvidosas, como por exemplo a entrega da gestão do hospital de Acari para uma empresa privada.

Sob outro ponto de vista, é preciso reconhecer que a atual gestão interrompeu a prática de compra de insumos e medidamentos de forma emergencial, pelo menos no que se refere à empresa Barrier. Mas é necessário também que os atuais gestores e o Ministério Público estejam atentos, pois o volume de recursos empenhados em nome da Barrier – com concorrência – mais que triplicou em 2009 e 2010, algo que pode ser indício de cartelização e que, assim como no caso das compras emergenciais, pode causar um grande dano ao erário.

E isso parece que é o só o início do fio da meada...

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