terça-feira, 21 de julho de 2009

Uma morte inaceitável!

Num momento em que todos nós sentimos dúvidas e insegurança em relação a epidemia da gripe suina H1N1, tomamos conhecimento de uma gravíssima ocorrência que envolve a rede pública e privada de saúde.

Refiro-me à morte de uma jovem de 29 anos chamada Aldinete Pereira Lima moradora no bairro de Realengo. Esta cidadã carioca estava grávida de sete meses, fazia o pré-natal no Hosp.Albert Schweitzer (Heas). No último domingo (12/7), procurou o Hospital de Saracuruna porque se sentia mal com sintomas de gripe (febre, tosse e dor no corpo). Foi medicada e liberada para voltar para casa de familiares em Caxias.

Como era asmática e o estado geral não melhorava, voltou a procurar um serviço público de saúde. Conseguiu ser atendida novamente no Heas.Nesta consulta ela já estava preocupada com a possibilidade de ter contraído a gripe suína, pois estava enquadrada em vários sinais de risco (grávida, hipertensa e asmática). Novamente foi medicada e liberada do hospital. No dia seguinte, como seu estado geral piorava claramente, voltou a mesma unidade de saúde. Novamente foi atendida e liberada.

Na sexta-feira (17/7), o marido de Aldinete, Francisco, achou melhor procurar um hospital privado, na expectativa de ver sua mulher melhor atendida. Aldinete chegou ao hospital Pró-Saúde em Bangu, às 10h, passando muito mal,já com intensa falta de ar. Somente foi atendida às 17h. Nesta altura já muito debilitada foi internada numa enfermaria, pois o CTI estava lotado. Seu estado se agravou muito e os médicos resolveram fazer uma cesariana para tentar salvar a criança.

Lamentavelmente, às 19h, estavam mortas, mãe e filho. Trata-se de uma morte lastimável. Fui contatado por uma jornalista que cobria o caso no sábado. Orientei a família a procurar a delegacia e registrar a ocorrência. Também fiz contato com a vigilância epidemiológica para saber se existia a possibilidade de colher material da mãe e filho para identificar a causa da fatalidade.

Estamos começando a fiscalização sobre as unidades de saúde que fazem atendimento, no
sentido de ver se existe algum esquema de classificação de risco nas filas, o que é essencial.

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