quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Advogados do metrô: o buraco é mais embaixo

Não há como deixar de comentar a série de reportagens que O Globo vem veiculando sobre a primeira dama do Estado. Mesmo levando em consideração que as denúncias partiram de matérias produzidas pelo jornal Estado de São Paulo, fico aliviado em ver que imprensa fluminense, enfim, resolveu tratar do assunto.

No mérito da matéria propriamente dita, cabe dizer que é no mínimo constrangedor que a primeira dama participe de um escritório de advocacia que patrocina causas de uma concessionária do Estado. Mas pior é se justificar dizendo que ela não participa dos processos.

Até onde sei, a primeira dama não é uma sumidade jurídica. Daí não vai qualquer agressão a sua competência profissional, mas somente a constatação que o quilate jurídico da primeira dama não deve ser tão diferente assim dos outros pelo menos 50 mil advogados inscritos na OAB/RJ. Assim, sua presença ou não como patrona dos processos me parece indiferente. O que parece fazer diferença é se a Primeira Dama, enquanto sócia do escritório, participa do que o Metrô paga ao escritório de advocacia.

Assim, se existe alguma dignidade nesse contexto, é preciso que se venha a público para esclarecer os termos do contrato de honorários firmado com o Metrô e a apresentação de quanto efetivamente a primeira dama se beneficiou disso economicamente.

Enquanto isso não acontecer, a relação permanecerá nublada.

Um comentário:

  1. Neste caso, acho que mesmo que a Dra. Adriana Ancelmo Cabral não seja remunerada, o problema ético persiste. O simples fato de seu nome fazer parte do grupo associado, atrairá o interesse dos que têm problemas a resolver com o estado. Todos imaginam que a simples influência do nome já é algo a favor. Não é por nada que seu grupo progrediu depois de 2007 e conta agora com mais de 1000 clientes.

    ResponderExcluir