sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Paisagem inútil e bem remunerada.

Deve ter algum caráter patológico essa questão da AGETRANSP não reconhecer suas atribuições. Algo parecido com uma dupla personalidade autárquica. Imagine o caro leitor, que a assessoria de imprensa da autarquia foi aos jornais dizer que “a função da Agetransp não é procurar culpados, mas sim abrir processos regulatórios”.

Bom, até onde sei, dentre as atribuições legais da Agetransp estão: fiscalizar e aplicar sanções às concessionárias de serviços públicos em transportes; e resguardar os direitos garantidos pela Lei nº 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor.

Se uma autarquia é responsável pelo “processo regulatório” ela deve disciplinar, supervisionar e ficalizar o setor. Portanto se há algo de errado - e pelo visto em praticamente todas as concessões existem problemas – é dever da Agetransp sim encontrar o culpado e puní-lo!

Parece-me, então, que essa crise de identidade só é conveniente a quem não tem serviço para apresentar e fica fazendo cara de cara de paisagem (bem remunerada, é claro)!

O presidente da autarquia, que segundo o Governador é “do Bem” – e que por isso espero que não siga o pessoal do DEM de Brasília e me apareça com um “Bensalão” – afirmou, segundo o Globo, que não houve estudo formal da agência sobre a viabilidade técnica da ligação direta entre as linhas 1 e 2 do Metrô. Logo depois, surge o Secretário de Transportes com o dito relatório – formal - em punho (quer dizer, com uma resma a qual chamava de relatório), mas se recusou a mostrar o conteúdo para a imprensa.

Em quem devo acreditar? Será que fizeram o estudo e não mostraram ao presidente “do bem”?

Achei “bem” bacana da parte do Secretário dizer que o relatório existe e deixar o presidente numa saia “bem” justa. Só queria que se publicasse esse relatório para ver se ele está “bem” feito, dizendo que os passageiros do metrô ficarão “bem” apertados nos vagões.

Ceticismos a parte já temos um começo: sabemos o que a Agetransp não faz. Ela não faz estudos técnicos (ou faz e não mostra) e não procura culpados. Com relação a defesa do consumidor, prefiro privar o leitor do que tenho vontade de dizer, mas vou lembrar do chicote crachá da Supervia.

Eu, entre tanta estupidez e disse-me-disse, já posso imaginar quem vai pagar (além do povo é claro!) por toda essa inoperância. O culpado será aquele que estava no comando daquele trem fantasma que saiu em disparada outro dia: Ninguém!

Um comentário:

  1. Realmente, esta "grande melhoria" do Metrô foi um atraso de vida. Entrar nos vagões, saber qual composição lhe convém e ter algum conforto, não é para os cariocas. Quanto à Agetransp, faz o que sempre fez - nada.
    Arthemis de Carcamo

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